terça-feira, 5 de junho de 2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Hans Jürgen ou a diferença entre trema e tremer

É definitivamente errado dizer que "recordar é viver", porque na maior parte das vezes somos compelidos a recordar o bom por estarmos a ser presenteados com o mau. Recordar não é só viver, é até capaz de ser mais sofrer. Porque só perdemos tempo a ir lá atrás buscar as memórias quando a coisa corre de tal forma mal que gostávamos de estar longe do presente. Não sou gajo para me convencer facilmente que o Verão de 1962 foi passado pelos Benfiquistas a recordar a epopeia Europeia de 61. Catanos, naquele Verão 80% dos Gloriosos adeptos era bem capaz de se ter esquecido que há um ano atrás tínhamos varrido a Taça doa Campeões Europeus, pela simples razão de que há meia dúzia de semanas atrás... a tínhamos empochado outra vez, mas de forma mais estrepitante, ouso até dizer, da forma perfeita: goleada no campo e invasão pacífica do mesmo... isto apesar do Ângelo ter dito que foi atropelado pela turba, versão que só engana os que nunca o viram jogar, pois esses sabem perfeitamente que ele é que deve ter atropelado vinte e tal gajos a caminho do balneário.

Sabendo que é nos momentos de dor que nos agarramos à memória, hoje dei por mim a pensar em Schwartz, contrapondo-o na minha cabecinha alembradeira, ao verdadeiro desvario que foi a lateral esquerda do Glorioso, não só na época finda, mas também em grande parte do séc. XXI, aproveitando eu para fazer aqui a pequena ressalva para dizer que quem vier afirmar que o Leo era um lateral esquerdo do camandro deve pensar sempre que a principal função do defesa-esquerdo está implícita na primeira palavra da expressão definidora da posição que o rapaz ocupa no relvado. No caso do Leo, estávamos perante um excelente hífen esquerdo, mas de defesa ele pouco ou nada tinha. Portanto, somos obrigados a voltar ao sueco aportuguesado.

Cometendo o risco de poder estar a ser herege, tenho para mim que Stefan Schwarz foi o melhor defesa esquerdo que vi subir à relva da Luz com a nossa camisola. Volto a afirmar ser moço novo, pelo que me recordo (de cabeça) do Álvaro, Fonseca, Schwarz, fernando mendes, kenedy, dimas, aquelas aberrações dos 90's, Minto, Cristiano, Fyssas, Dos Santos, Leo, badameco, Emerson e adaptações do quilate de Rocha e Luiz. Olhando este panorama e dando de barato que não me esqueci de muitos, parece-me que a questão da heresia só pode ser levantada no caso do Álvaro e talvez no badameco. Mas por muito que Álvaro tivesse seis dedos numa mão ou o badameco quisesse ter o cabelo do Schwatz, nenhum deles apresentava o que o sueco aportava ao Glorioso.

Primeiramente era um gajo cujos nomes próprios eram "Hans Jürgen" (com trema sobre o u)... Hans Jürgen é merda para fazer tremer o speaker de serviço, porque nem Jürgen Kohler ou Jürgen Klinnsman eram "Hans Jürgen"... e Schwatz também deixou de ser em Portugal e passou a ser um muito politicamente correcto "Stefan"... até porque chegou a Portugal na mesma altura em que muitos emigrantes portugueses passavam cá as férias veraneias e "Shtéfán" (favor ler com sotaque Beirão) era o nome de puto "avec" mais conhecido por esses areais de praia fora. Depois o Hans era loiro, alto e branco como a cal, o que dava sempre a sensação de andar em campo apenas envergando camisola e meias vermelhas, bem como umas setas vermelhas da Hummel nas coxas das pernas. Só com zoom se lhe identificavam os calções a tapar as partes pudibundas. Por fim, o lateral esquerdo era sueco e meus amigos, se Pringle tem chegado ao SLB no final dos 80's e inicio dos 90's, tinha sucesso sem dar um pontapé na bola... bastava vir vestido de azul e amarelo. 

Mas Schwartz dentro do campo era mais do que uma coqueluche de nome poderoso, cor de pele pálida e naturalidade benzida pela Glória. A melhor forma de definir o rapaz é dizer que foi o principal responsável pela degradação da relva da Catedral. Quando no final do último jogo da Catedral, SLB - santa clara, o jornal record andou a cortar tufos de relva para entregar como brinde no jornal do dia seguinte, fê-lo atrás de uma baliza porque todo o resto do relvado estava consumido pelas chuteiras suecas... e por esta altura ele já havia deixado a Luz há uns anos valentes. Schwartz foi, com toda a certeza o jogador sueco filho de pai alemão a jogar em Portugal mais uruguaio de sempre. Era gajo que daria o toque de debandada duma bancada inteira no Estádio Monumental em Montevideo. O encarniçamento deste rapaz a jogar era de tal forma apavorante que em Highbury Park preferiram coloca-lo como trinco, onde também fizera umas jogatanas no SLB, para que ele não aleijasse nenhum adepto arsenalista... ou pelo menos, que não aleijasse nenhum adepto arsenalista outra vez, porque aquilo ainda havia gente com o ventriculo esquerdo todo apanhadinho dos 1-3 que haviam levado 3 anos antes com o rapaz a soltar fogo no centro do terreno.

Mas do Schwartz, a grande imagem que eu sempre guardarei, é na realidade uma imagem de duas faces... dois golos. Um numa eliminatória com o cska sófia na Luz em 93/94, em que eu me lembro de chegar a casa da escola, ligar a TV com 2-1 no marcador e passados 2 ou 3 minutos um yuran ainda mal recuperado da bezana da noite anterior, assiste Schwarz para uma bomba no ângulo... ou como diria Gabriel Alves "na gaveta". A outra imagem que tenho foi num SLB - boavista cuja transmissão em directo tenho ideia de ter começado para ai a uns 20/30 minutos do fim (será que foi possível isto acontecer ou fui eu que sonhei?) onde ele faz também um golão, penso que da quina da área a colocar a bola ao segundo poste. 

É certo que um defesa-esquerdo deve-se distinguir pelo que defende, mas quem escancarava redes com aquela Alma tinha que ser bom defensor. E repito, ir buscar memórias de como deve ser um defesa esquerdo, apenas comprova que ando a sofrer muito com este assunto em particular... é que já pesquisei na web e nem Luisinho, nem Rojo, nem Siqueira nem Ansaldi têm como nome próprio Hans Jürgen... apesar de neste momento eu até já me contentar só com um nome que incluísse trema... isto claro, para contrariar o meu estranho hábito de começar a tremer dos olhos de cada vez que a bola circunda o nosso lado esquerdo defensivo... terá Emerson despoletado em mim Parkinson ocular?

Rennie? Kompensan? Lisaspin? Aspirina? Vaselina? Gino Canesten? Halibut?

"Ainda não digeri derrota com o Benfica."
mongo lópez treinado de basket corrupto

Admiro, concerteza que admiro

Existe na muito rica língua portuguesa uma série de palavras cujo significado sempre tomamos por garantido como sendo único, por muito que possa haver outros. Lembro-me de numa aula de IDES no 12º ano ter havido uma discussão entre o professor e uma colega minha porque ele dizia que a evolução do PIB português tinha sido negativa, num determinado ano, ao que ela contrapunha que se era evolução não podia ser negativa. Evolução era sempre positiva. Como besta que era e que ainda hoje deve ser, obviamente estava errada, a palavra evolução era como o Witsel... podia ser utilizada de diversas formas.

Outros casos de reconhecida diversidade interpretacional são os nomes dos nossos rivais, sendo que para a esmagadora maioria dos seus adeptos são tidos como significando clubes desportivos, enquanto que para a totalidade dos adeptos desportivos reconhece-lhes o significado de tropelias de índole desportivó-judicial a uns e de tropelias de índole desportivó-cómico a outros. Cabe a cada um dos leitores adivinhar a quem servem as carapuças, garantindo já eu que não estou a falar nem do felgueiras (no primeiro caso) nem do leiria (no segundo caso).

É por reconhecer a existência deste género de palavras....ehr... "bi-focais", digamos assim... que sou compelido a concordar com o boneco animado quando ele diz que os Benfiquistas também o admiram. Por incrivel que pareça, eu próprio admiro-o muito... admiro especialmente a forma como aquele corpinho todo cheio de tunning à base de esteróides e anabolizantes nunca foi apanhado num controlo anti-doping. Mas isto, lá está, admiro-me eu e admira-se muita gente.

sábado, 2 de junho de 2012

Quando o conceito é o correcto

Uma das máximas do desporto anda a volta de um "não interessa o quanto se corre, mas sim como se corre". É um bocado como dizer que o Emerson percorreu mais 1200km num jogo do que o Artur, mas no final o guarda redes foi obrigado a defender 3 remates perigosos em lances surgidos na esquerda (e assim se utiliza um dos exemplos mais realistas que por aqui já se viu). Dando outro exemplo, fazer os 42 km e tal da maratona em modo Saci Pereré não é a mesma coisa que fazê-los correndo em modo Capitão Gancho a fugir do Peter Pan (tcharan... feliz dia da criança miudagem). 

Ora, transportando esta teoria para a área das contratações, pode-se dizer que "não interessa quantos se contratam, interessa é a qualidade dos que se contratam". Pessoalmente não me importava de ter uma equipa com 11 Witsels... até porque o gadelhas já provou que pode jogar em todas as posições sem qualquer problema. Afectava-me o escroto, isso sim, se tivéssemos 24 Emersons para atirar para a relva envergando o Manto Sagrado... até porque ele já provou que não joga bem em nenhuma posição, especialmente na dele, e aqui agradeço que não me falem de stanford bridge... o gajo que ele estava a marcar era o torres pah, e se o Michel é o "hulk dos pobres" o torres é o "postiga dos ricos", portanto...

Transferindo uma vez mais a teoria, e aplicando ao SLB, o problema que se começa a gerar não é de quantos jogadores se contrata, mas sim da qualidade deles. A mim nunca ninguém me verá apontar o dedo à chegada de um Luisão, de um Garay ou de um Cardozo. Mas não esperem que assobie para o lado quando for apresentado na Luz outro Luis Filipe, outro Emerson ou outro Beto. Porque na verdade, a grande questão que se coloca na situação dos 70 e tal jogadores com contrato com o SLB é mesmo a questão da qualidade média da maioria deles... a menos que alguém acredite que um gajo como o Shaffer algum dia tenha possuído qualidade para jogar no SLB, ou então que se tenham andado a ver DVD's do Jose Luiz Fernandez com a imagem acelerada.

Na minha humilde opinião, nisto das contratações tem que haver um pouco de 3 coisas: prospecção, dinheiro e fé... mas em proporções diferentes, à volta de 60% prospecção, 40% de dinheiro e 10% de fé... e só com estes 110% de certeza é que se deve avançar. Olhando olhos nos olhos no processo que leva à chegada de um Djaló (por exemplo) vemos que os parâmetros foram alterados: 5% de prospecção (aqueles jogos dos lagartos que dão na tvi no intervalo dos jogos do brasileirão), 5% de dinheiro (apenas umas luvas e ordenado) e 100% de fé (alguém por ali disse que ia fazer dele um grande jogador... uma pista: é alguém cujo nome costuma ser relacionado a religião e não foi a N. Sra. de Fátima).

Onde eu quero chegar é precisamente aqui... o que conduz à contratação de Hugo Vieira, Luisinho e Michel? Prospecção, dinheiro, fé ou apenas mudança de conceito? Na questão do dinheiro tenho dúvidas... acabamos de empochar brutalmente 9 milhões num puto que nem à merda do Euro vai, portanto estamos carregados dele até ao pescoço, não precisamos do mercado nacional. Prospecção talvez, afinal de contas, os tipos até jogaram contra nós e fizeram-no muito bem, portanto admito que possa ter sido por aí. Fé... bem essa deve ser às pazadas... e eu sou quase obrigado a tê-la também. Acima de tudo tenho fé que estes 3 rapazes signifiquem, já que mais não seja, o regresso ao mercado nacional, portanto a adopção de um novo conceito de contratações.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tentem de novo

Segundo o Jornal de Negócios, os corruptos tentaram abater multas desportivas no IRC. O Supremo Tribunal não aceitou pois entende que as multas não são indispensáveis à actividade desportiva". A tripalhada já respondeu... para o ano vão tentar abater as contas da fruta e do café com leite para os proenças da vida no IRC... afinal de contas, estas são indispensáveis à actividade desportiva deles.