Barba por fazer, peito feito, andar indolente e pesadão e ar altivo da certeza de vestir algo mais que uma camisola encarnada, de defender não só um clube, mas uma causa. Assim era Isaias Marques Soares, assim era o jogador anti-vedeta, Homem de Cabo Frio mas com pé quente que se apagava em favor das estrelas da equipa, até ao momento em que se decidia a definir o jogo.
Terá sido, juntamente com Paneira, o último dos "românticos" do SLB, dos que não aparecia na televisão nem nos jornais, antes assaltando o imaginário dos putos nas futeboladas de rua "eu sou o Isaias" se dizia antes do pontapé de saida para a disputa de mais uma grade de Sumol.
Chegado a Portugal para o Rio Ave, foi no Boavista que o SLB o resgatou, após cumprir os trêmites habituais nos reforços do Glorioso, marcou-nos golos. A partir daqui foram 178 jogos e 71 golos, com especial apetencia para os grandes jogos, com especial destaque para os jogos com a lagartada e com a tripalhada, sem esquecer a jogatana com o Arsenal em Londres e na Luz com o Leverkusen e com o Arsenal.
Incrivelmente (ou talvez não) foi dispensado pelo Artur Jorge depois de ser o melhor marcador do SLB, quando o tripeiro se divertia a desatarrachar todas as porcas que tinham feito do Glórias Campeão. Foi jogar para o Coventry, sem sucesso, tendo afirmado no seu regresso a Portugal que "os ingleses têm os melhores relvados mas não os utilizam, a bola anda smepre pelo ar". Por cá ainda espalhou classe no Campomaiorense, chegando inclusive à final da Taça.
3 comentários:
Meu Caro,
Quero desejar-te boa sorte e que os dedos nunca se cansem.
Parabéns pelo nome do blog, transporta-me para uma noite de futebol muito especial, em que assisti ao jogo no Velhinho 3º Anel e no final fui para casa com o maior sorriso do Mundo.
Saudações Gloriosas
A propósito deste post, do Isaias lembro-me dos pontapés canhão. Aquele tipo rematava logo a seguir ao meio campo e a bola ia lá. A correria que ele fez no 1º golo frente ao Arsenal, e no 3º golo a finta...com classe.
E como dizes, era um tipo discreto.
Izaías, assim se escreve, o meu ídolo de infância. Orgulho em vestir o manto sagrado.
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