sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Por um Aimar e um Martins de aço

Foi preciso chegar ao mês de Dezembro para assistirmos a um momento quase único na história recente do Sport Lisboa e Benfica... Carlos Martins e Pablo Aimar partilharam o campo de treinos em plena condição física. A última vez que isto tinha acontecido, a Alemanha ainda se chamava Prússia e a Rússia ainda se chamava... bem... ehr... Rússia... Foi uma situação tão surpreendente que os adeptos do SLB compareceram em massa e o record conseguiu descortinar no argentino uma "alegria contagiante", que por ser de tal forma contagiante pode até ter vindo de um outro jogador e ter contagiado El Mago. Mas para o efeito, foi ele o gerador do contágio... É por isto que num momento, também ele deveras histórico, vou tentar fazer o serviço público tão usual em blogs afectos ao Máiór do Mundo (em contraponto com o serviço púbico feito nas hordas azuis) e através de uma afincada pesquisa ao nível da medicina, colocar ao dispor de Jorge Jesus toda uma série de 10 medidas para evitar recaídas lesiónicó-físicas dos nossos melhores números 10 (únicos?)... aponta aí Jota-Jota:

1. Ambos os jogadores deverão entrar em campo no interior de Aquaball's (pesquisem que eu também o fiz) - bestial para evitar contacto físico com adversários não vacinados contra a raiva e mais importante, com árbitros não vacinados contra a corrupção. Visto ser hermética e estanque, é a solução ideal para prevenir o contágio dos craques com doenças sexualmente transmissíveis, que podem surgir através da proximidade com árbitros, pois estes são gente bastante atreita a tais maleitas devido aos seus sucessivos comportamentos de risco.

2. Ambos os jogadores deverão jogar conduzindo a motoreta-maca - o que se perde em controle de bola e índices técnicos ganha-se em velocidade de desmarcação e eficácia dos sempre perigosos "piques de sprint". É certo que pode-se contrair lesões em caso de despiste da motoreta-maca, mas é por isso que a maca não deve ser desatrelada em circunstância alguma. Até prova em contrário, é a melhor forma de prevenir as bastante limitativas contraturas musculares, virilhas p'ró galheiro e dar o bafo final.

3. Ambos os jogadores deverão jogar embrulhados em plástico de bolhinhas para empacotar porcelanas - do melhor que se possa imaginar para situações de grande risco de contacto físico, acumulando ainda a vantagem de evitar excesso de paulada por parte dos adversários por responder ao contacto agressivo com estalidos extremamente irritantes. Em principio deve ser eficaz na prevenção de contusões, desdentamentos avulsos, olhos à Benfica e ancas esfrangalhadas (estamos na Liga Europa... os russos também... quem sabe...).

4. Ambos os jogadores deverão entrar em campo munidos de megafone e ponteiro - é certo que os estádios raramente estão cheios, mas isso não impede que seja difícil a comunicação entre os jogadores. Assim torna-se mais fácil ao Mago dizer aos colegas menos dotados intelectualmente "joga na direita... desmarca na esquerda... posiciona-te ao centro", ou ao Martins dizer aos colegas que não vêem dvd's do zidane "pica a bola... toca de calcanhar... centra de rabona... chuta do meio campo num contra ataque de 7 contra 1...". Este método é reconhecidamente o melhor para evitar afonia, bem como distensões de biceps e triceps por apontar em demasia.

5. Ambos os jogadores deverão entrar em campo com o símbolo de deficiente motor estampado na camisola - acima de tudo impõe respeito e estabelece limites de relacionamento com os adversários, para além que pode enganar os mais incautos. Não tem grandes vantagens de índole físico, para além de evitar entradas um pouco mais descabidas, mas é excelente para conseguir obter um bom lugar de estacionamento na garagem do estádio em dia de jogo, evitando assim cansativas caminhadas desde o estacionamento do Colombo até ao balneário Glorioso.

6. Ambos os jogadores deverão entrar em campo munidos de caneta e uma foto deles - utilissimo para distribuir autógrafos pela rapaziada adversária durante o jogo, criando nos mesmos um elevado grau de empatia que os levará a renegar qualquer disputa de bola com os nossos dois bravos atletas, poupando-os ao esforço de terem que correr, saltar, suar e lutar. É um método aprovado pelos melhores preparadores físicos do Mundo a fim de combater as longas sessões de autógrafos em shoppings da moda, que retiram tempo de descanso aos atletas e conduzem a cansaço muscular e psicológico, o que normalmente resulta em fracturas de stress.

7. Ambos os jogadores deverão entrar em campo envergando uma camisola do emerson e tampões nos ouvidos - não existe forma mais eficaz de evitar lesões do que não tocar na bola. Com um nº3 no costado e o nome "Emerson" a enfeitar-lhes as omoplatas, muito dificilmente algum colega os vai solicitar com um passe ou uma desmarcação. Se porventura isso tiver que acontecer, também não serão incomodados por adversários, pois até estes sabem que o brasileiro não faz mal a uma mosca. Os tampões são peça fundamental do estratagema pois evitarão lesões auditivas derivadas dos assobios e insultos vindos das bancadas.

8. Ambos os jogadores deverão entrar em campo usando óculos - inicialmente poderá pensar-se que se pretende prevenir qualquer tipo de maleita ocular, mas na verdade a utilização de vidrinhos para a visão tem o objectivo de os mesmos serem retirados em caso de entrada violenta de um adversário, ou de um sprint mal calculado a frio... como todos sabemos, basta a um ser humano comum retirar os óculos para que se transforme num super herói e... super heróis não se lesionam. É uma técnica utilizada por esses relvados mundiais fora e com bastante sucesso... no caso dos nossos pacientes crónicos talvez recomende utilizarem uma capa por baixo da camisola, só pelo sim, pelo não.

9. Ambos os jogadores deverão entrar em campo usando chapéu mexicano - é certo que nenhum deles é ruivo e que os jogos em Portugal só se disputam de dia no pico do verão... que é quando o campeonato está parado, mas nunca é demais prevenir as queimaduras solares na pele. Se for possível arranjar chapéus mexicanos em tecido de oleado, o método aumentará a sua eficácia exponencialmente pois em dias de dilúvio invernal poupará os nossos craques a aborrecidissimas constipações, gripes, irritação na garganta e pingo do nariz.

10. Ambos os jogadores deverão entrar em campo com telemóvel - é público que quanto mais cedo é o diagnóstico, mais eficiente é o tratamento. Transportar consigo um telemóvel 24 horas por dia não vai prevenir as lesões, mas ter o número 112 no "speed dial" vai diminuir bastante os tempos de recuperação e consequente inactividade. Desta forma um passe de 60 metros deixa de ser sinónimo de 60 dias de enfermaria e um boião de compota deixa de resultar em 3 meses de baixa médica devido a tendinites nos pulsos.

1 comentário:

Nuno V. P.de Melo Ferreira disse...

Um bom ano para o Tino bem como a todos os leitores. Um abraço.
Nuno Ferreira