segunda-feira, 4 de junho de 2012

Admiro, concerteza que admiro

Existe na muito rica língua portuguesa uma série de palavras cujo significado sempre tomamos por garantido como sendo único, por muito que possa haver outros. Lembro-me de numa aula de IDES no 12º ano ter havido uma discussão entre o professor e uma colega minha porque ele dizia que a evolução do PIB português tinha sido negativa, num determinado ano, ao que ela contrapunha que se era evolução não podia ser negativa. Evolução era sempre positiva. Como besta que era e que ainda hoje deve ser, obviamente estava errada, a palavra evolução era como o Witsel... podia ser utilizada de diversas formas.

Outros casos de reconhecida diversidade interpretacional são os nomes dos nossos rivais, sendo que para a esmagadora maioria dos seus adeptos são tidos como significando clubes desportivos, enquanto que para a totalidade dos adeptos desportivos reconhece-lhes o significado de tropelias de índole desportivó-judicial a uns e de tropelias de índole desportivó-cómico a outros. Cabe a cada um dos leitores adivinhar a quem servem as carapuças, garantindo já eu que não estou a falar nem do felgueiras (no primeiro caso) nem do leiria (no segundo caso).

É por reconhecer a existência deste género de palavras....ehr... "bi-focais", digamos assim... que sou compelido a concordar com o boneco animado quando ele diz que os Benfiquistas também o admiram. Por incrivel que pareça, eu próprio admiro-o muito... admiro especialmente a forma como aquele corpinho todo cheio de tunning à base de esteróides e anabolizantes nunca foi apanhado num controlo anti-doping. Mas isto, lá está, admiro-me eu e admira-se muita gente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tino, pá!, gosto de si. A sério, gosto do que escreve, tem piada, muita piada. E por isso, não esperava que um dia viesse a juntar o com à certeza. Elas só fazem sentido separadas, com toda a certeza. Com toda a certeza.

Constantino disse...

Anonimo,

Tento sempre escrever com o mínimo de erros ortográficos, gramaticais etc. Mas muitas vezes dou alguns erros a modos que de propósito, não só ortográficos como, na maior parte das vezes de acentuação. Apenas por razões fonéticas ou mesmo de grafia. Sei que todos temos a responsabilidade de escrever sem erros, mas eu faço a minha quota parte de preservação da escrita portuguesa não abreviando nada nas mensagens telefónicas e utilizando pontuação. Sei perfeitamente que concerteza não existe, mas graficamente dá um ar mais "gajo da tasca" à coisa. É a mesma coisa que o "muita" bem. A diferença é que quando dou estes erros nos textos coloco aspas para a malta perceber que não sou tão analfabeto como pareço. Nos titulos é que raramente coloco aspas. Atenção que isto não é desculpa esfarrapada, apenas é a explicação.

De qualquer forma, obrigado pela correcção, fica sempre atento e corrige quando vires que há razão para isso.

Abraço.

Pêro Botelho disse...

Caro Constantino,

o último parágrafo do seu texto só demonstra que você não assiste às novelas da tarde! É verdade. Se tivesse uma mulher como a minha (sim, quer dizer... hum, hum... eu não vejo, hum... só que às vezes passo pela televisão e está a dar, claro...) sabia perfeitamente que aquela musculatura toda só pode ser resultado da máquina que o Futre publicita nos intervalos, o vibra não sei quê! É só meia-hora por dia e deixa os esteróides a anos luz! Provavelmente o dito boneco exercita-se enquanto os mecânicos da equipa apertam as porcas dos pés de um gajo loiro, alto e escanzelado, cujo nome não me lembra agora mas rima com manco.

Cumprimentos!