Havia um ditado no seio das Tropas Aliadas durante as 2 Guerras Mundiais (não sei em qual delas porque não fui à tropa) que dizia "Conversa Descuidada Custa Vidas" ou, trocando por miúdos, "toma atenção quando abres a matraca senão arriscas-te a levar um balrroaço na cabeçorra que ficas logo curado das hemorróidas...para sempre". Também havia quem dissesse que "Conversa descuidada é o melhor remédio para combater a epidemia de pé-de-trincheira"... mas volto a repetir, eu não estive lá, portanto não sou a pessoa indicada para falar de gangrena alheia..
Em termos militares, a importância do controle do momento de actuar ficou também patente naqueles três segundos de hesitação que custaram ao Martim Moniz a pena de ficar a fazer tijolo no Castelo de S. Jorge até hoje e aqui não posso deixar de destacar a suprema ironia do escudeiro de D. Afonso Henriques ter tido o azar de perecer, logo numa localidade que tem um largo com o seu nome... ele há coincidências levadas da breca. Já fora do contexto militar e só para terminar esta coisa da importância dos timings, observei há uns anos como a escolha errada do momento de entrar no metro em Londres, custou a uma senhora deveras espadaúda (na realidade era mais um poste de alta tensão que tinha descoberto a magia da sobreposição dos membros inferiores como meio de locomoção) o espalmamento craniano entre as 2 portas da locomotiva. Para terem uma ideia do que ela sentiu, imaginem um avião a enfiar-se Torre Gémea adentro (coisa absolutamente hipotética claro)... agora imaginem outro a enfiar-se Torre Gémea adentro ao mesmo tempo, vindo no sentido contrário... foi mais ou menos o que eu presenciei.
Serviu esta pequeníssima introdução para demonstrar a importância da escolha do momento em que actuamos, especialmente o momento em que falamos. Serviu esta pequeníssima introdução para deixar o leitor a pensar "se ele não utilizou nenhum exemplo do Glorioso é porque..." pois é porque o SLB é neste momento o que se pode qualificar de instituição tão fora de timing que criou o seu próprio fuso horário. A nível de comunicação a coisa é de tal forma que não só se criou um fuso horário próprio como se alterou todo o movimento de translacção da porra do planeta para que este se possa adaptar melhor ao clube e tenta-se a toda a brida escarnecer daquele polaco irritante que dizia que o Sol era o centro do Universo... estes polacos são desvairados para a patetice...
Na verdade, este meu encarniçamento para com a politica de comunicação do SLB tem muito a ver com os momentos escolhidos para protestar das arbitragens. Quando andamos na mó de cima a fazer farinha Pensal dos outros, está tudo bem. Com os mosses d'olheum na Luz extropiaram um golo limpo ao Cardozo... no pasa nada....somos humilhados em braga pelo proença e pelo salvador e está tudo na boa "óh tóni passa-me esse canapé que está ai ao lado do gomes, faxavor" e ninguém se chateia...com os lagartos o capelinha contraria as leis de Fátima e faz ele a aparição e nós tudo excelente, deixa correr o marfim...feirense e nacional foi o espanto que se presenciou e do SLB nem o barulho das luzes se ouviu. Agora como andamos com o cú apertado também por jogos patetas... aqui d'el Rey que isto é tudo uma aldrabice...
Não nego que estes últimos jogos têm sido demasiado... estranhos (?!?)... mas reclamar agora torna o protesto pífio e de mau perdedor, o que não acontece quando se mete od edo na ferida depois de enfiar 4 num nacional qualquer. Até porque muito do efeito destes últimos disparates do apito podiam ter sido minimizados com jogos à Benfica.... que verdade seja dita, têm sido tão habituais como os dias de pluviosidade. Eu uma vez fui apanhar minhocas na Ria Formosa (calma, era para vender como isco de pesca...um tipo quando é estudante faz tudo por uns cobres) e não levei luvas de borracha. Vim de lá carcomidissimo do juízo a queixar-me do lodo, das conchas das minhocas de tudo... mas no fundo, no fundo...os meus protestos caíram em saco roto (atenção, saco roto não é um saco que se sente atraído por sacos do mesmo sexo) porque na realidade eu podia te-los evitado se tivesse levado as luvas...
Para grande pesar da minha úlcera, a politica de comunicação do Glorioso continua a ser "estamos muita bem... orienta uma entrevista ao Vieira na TV. Estamos buéda mal... diz ao Gabriel para mandar umas bocas" e aqui convém ressalvar duas pequenas coisinhas: a última entrevista de Vieira na TV foi a 7 de Fevereiro, se não estou em erro, portanto em vésperas da recepção ao nacional, que antecedeu a derrota de guimarães e o descalabro que por ai veio... acção/reacção novamente? Fica ao vosso critério. Por outro lado, sou obrigado a dizer que a credibilidade do João Gabriel, depois aquela conferência com a Taça da Liga ao lado, caiu mais a pique do que um Antonov russo sem manutenção desde a morte do Lenin.
Neste momento e visto não ter esperanças que a coisa mude nos próximos anos, apenas espero que o Vieira não esteja ao telefone com o gomes a pedir "desculpa lá aquele pária uruguaio da minha equipa que estava ligeiramente acometido por um pequeníssimo ataque de um bocadinho de inquietação pela arbitragem do jogo do SLB em olhão. Prometo manda-lo chicotear 33 vezes só para te agradar, oh grande mestre das presidências do futebol.". Porque até nos timings das bajulações já andamos completamente em jet-lag...
4 comentários:
Infelizmente tanta estrutura no Benfica e não são capazes de resolver os problemas,completamente de acordo com o Post.
33 vezes??? :)
Isso é tudo muito lindo e eu farto-me de perder horas de sono com o Glorioso mas a pergunta que se impõe neste momento é: Não achas que estás a dever uma posta no El Tino Número Uno?
Anda lá e não sejas langão.
SAUDAÇÕES BENFIQUISTAS
Abelourinha, em termos de numeros, ficava contente se a nossa estrutura pudesse ser reduzida à teoria futre: 19+1 e este 1 ate podia ser etiope se quisessem.
André, temos que garantir que algum dos nosso leve a 33ª para casa. Eu preferia que fosse a 33ª taça de campeão, mas à falta de melhor que seja a 33ª chibatada.
Biohazard, juro que tenho feito tentativas, mas têm sido ainda piores que os posts aqui do A Mão de Vata. Até dizia que ando com o bloqueio de autor, mas estava a ser demasiado convencido se o fizesse.
Toneca (guterres?), essa dos 10 euros ainda estou a ver se a percebo para me poder pronunciar. Não que tenha medo de meter a pata na poça quanto a isso, afinal de contas pé no lodo é o meu nome do meio, mas definitivamente o meu parco entendimento do que se passa com esses papelinhos não me permite sequer iniciar um texto.
Abraços a granel.
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